domingo, 20 de março de 2011


FILMES SOBRE TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO
Transtorno Obsessivo Compulsivo(TOC)

As pessoas obsessivas, detalhistas, perfeccionistas tem grandes qualidades: costumam ser trabalhadoras, competentes e confiáveis. Aqui estamos falando de uma doença em que essas características atrapalham a vida da pessoa. Ou seja, deixam de ser uma qualidade e passam a ser um problema.

1) Sintomas:

O TOC se caracteriza basicamente pela repetição de gestos, rituais, pensamentos e atividades que a pessoa sabe que não fazem sentido, mas que não consegue evitar.
Se não executá-los passa por uma ansiedade brutal ou acha que poderá acontecer algo de ruim para si ou para outras pessoas.
Uma das características principais é que a pessoa tem consciência de que os rituais ou pensamentos não tem lógica, não são necessários porém são inevitáveis.
Quando conta para alguém, às vezes até dá risada do absurdo, outras vezes tem medo de ser rotulada como louca, mas no instante em que o TOC "ataca", toda a lógica cai por terra e a pessoa se comporta como se fosse escrava dele.
Os sintomas podem ser os mais variados. Por exemplo:
  • Lavar as mãos muito mais do que o necessário.
  • Lavar a boca com água, sabão, álcool, etc.
  • Voltar para conferir portas, janelas, bico de gás, etc., mesmo tendo certeza que estão fechados.
  • Rezar, recitar, falar ou pensar em frases, palavras ou músicas de modo repetido.
  • Não pegar em objetos que poderiam ter caído no chão, ou tocado em algo sujo, ou terem sido tocados por alguma pessoa que poderia ter alguma doença.
  • Ficar se remoendo por ter feito algo que pode ter sido errado ou que poderia ter sido interpretado pelos outros como sendo errado.
  • Roer unhas.
  • Levar tempo demais para fazer coisas comuns, devido à repetição ou conferência exageradas (por exemplo abrir e fechar coisas repetidamente, conferir papéis e documentos muitas vezes).
  • Ficar se preocupando com a possibilidade dela ou de um familiar ter pego alguma doença (hoje em dia a cisma mais freqüente é de estar contaminado com AIDS).
Ele pode se manifestar com mais intensidade em fases ou situações mais difíceis na vida.
Quem sofre de TOC está sujeito a ter fases de Depressão e ataques de ansiedade com sudorese, palpitações e tremor, verdadeiros ataques de pânico, o que é normal e não quer dizer que você sofra de três doenças ao mesmo tempo.
TOC não tem nada a ver com Psicose nem "loucura".


2) Fazem parte do grupo dos Transtornos Obsessivos Compulsivos os seguintes quadros clínicos:
  • Dismorfofobia ou Dismorfia Corporal, na qual a pessoa acha que alguma parte de seu corpo é feia ou deformada. Muitos pacientes passam por cirurgias plásticas que evidentemente não trazem "resultados" e chegam a se isolar socialmente pela "vergonha".
  • Cleptomania, na qual a pessoa furta objetos de pequeno valor, os quais poderia comprar. Em geral joga os objetos fora, ou dá para alguém, ou guarda como troféu. O impulso de furtar é precedido por grande ansiedade, posteriormente um alívio.
  • Sexo Compulsivo.
  • Jogo Compulsivo.
  • Compras Compulsivas.
  • Colecionismo ou Hoarding: acumular quantidades enormes de papéis, documentos, jornais velhos, objetos, tranqueiras, sem nenhuma utilidade.
  • Síndrome de Tourette, consiste em ter tiques e cacoetes principalmente com a cabeça, pescoço e mãos, emitir sons pela garganta. Embora faça parte do TOC, seu tratamento é diferente.
  • Tricotilomania: arrancar e às vezes comer fios de cabelo.
3) O TOC é causado por um conjunto de fatores:
  • Alteração de química cerebral
  • Genéticos
  • Psicológicos
Com certeza TOC não é causado por "falhas de educação" nem por problemas de relacionamento entre os membros da família. Ou seja, os pais não causam TOC nos filhos.

4) Tratamento:

As pessoas que tem TOC geralmente gostam de falar de doenças e se preocupar com elas, mas não de tomar remédio. Elas se classificam como "hipocondríacos que detestam remédios".
Porém se não for tratado, o TOC pode cronificar e se tornar incapacitante. O tratamento mais eficaz consiste em:
  • Medicação. Não interrompa o tratamento por não sentir melhora nas primeiras semanas. TOC é teimoso, você tem que ser mais teimoso ainda.
  • Psicoterapia Cognitivo Comportamental, que é bem diferente da Psicoterapia Analítica.
  • Força de vontade para resistir ao impulso obsessivo.
5) A família pode ajudar:
  • Insistir no tratamento
  • Lembrar ao paciente a necessidade dele resistir às "manias".
  • Não levar a sério os medos, dúvidas e perguntas do paciente. Por exemplo, o paciente quer voltar para casa para conferir se fechou uma porta. Não concorde.
  • Não entre em discussões por exemplo sobre vírus e bactérias e contaminações, pois elas seriam infinitas.
6) Observações:
A) Algumas vezes o primeiro remédio não produz resultado e tem que ser trocado
B) Mesmo que você já esteja se sentindo bem, não interrompa a medicação. Seu médico deve decidir quando diminuir, interromper ou trocar de medicação. Se o medicamento tiver efeitos colaterais, ele poderá ser trocado por outro que não traga desconforto. O tratamento do TOC é longo. A recaída em caso de interrupção prematura do tratamento é quase certa.
C) Se os sintomas do TOC voltarem, não quer dizer dependência da medicação, mas sim que ainda não era hora de suspender o tratamento. Os remédios que tratam Transtorno Obsessivo Compulsivo não criam dependência. O TOC é que exige tempo de tratamento longo. O importante é que a qualidade de vida da pessoa melhore.

Sugestão: assista ao filme “Melhor Impossível”, com Jack Nicholson e Helen Hunt.

O que é Transtorno Bipolar?

O Transtorno Bipolar se caracteriza pela alternância de humor, sendo que ora a pessoa fica eufórica (episódios de mania) ora deprimida, intercalando com períodos de normalidade. Apesar de transtorno bipolar do humor nem sempre ser facilmente identificado, existem evidências de que fatores genéticos possam influenciar o aparecimento deste transtorno.
Não devemos confundir transtorno bipolar com as alterações de humor motivadas por dificuldades cotidianas estressantes , pois estas são momentâneas e tendem a desaparecer quando as dificuldades são resolvidas.

Sintomas:

A mudança do comportamento de euforia para depressão ou vice-versa é súbita, mas o indivíduo não percebe esta alteração ou a atribui a algum fator do momento, pois o senso crítico e a capacidade de avaliação objetiva das situações ficam prejudicadas ou ausentes.

Quando em um episódio de Mania ou Euforia o paciente pode apresentar:
Aumento de energia e disposição;
Humor eufórico;
Irritabilidade, impaciência, "pavio curto";
Distração;
Exaltação;
Pensamento acelerado, tagarelice;
Insônia;
Otimismo exagerado, aumento da auto-estima;
Gastos excessivos;
Falta de senso crítico;
Em casos mais graves pode ocorrer:
Delírios e alucinações;
Abuso de álcool ou drogas;• Idéias de suicídio;
Desinibição exagerada;
Comportamentos inadequados;

Quando em um episódio de Depressão o paciente pode apresentar:
Desânimo, cansaço mental;
Dificuldade de concentração, esquecimento;
Isolamento social e familiar;
Apatia, desmotivação;
Sentimento de medo, insegurança, desespero e vazio;
Pessimismo, idéias de culpa;
Baixa auto-estima;
Alteração do apetite;
Redução da libido;
Aumento do sono;
Em casos mais graves pode ocorrer:•
Dores e problemas físicos como, cefaléia, sintomas gastrintestinais, dores pelo corpo e pressão no peito;
Idéias suicidas.

Tratamento:

O tratamento mais indicado atualmente é uma combinação de medicamentos com psicoterapia Comportamental/Cognitiva. O diagnóstico precoce aliada a uma terapêutica adequada é um bom caminho para a melhoria e manutenção da qualidade de vida do portador desse distúrbio. A participação da família também é muito importante. Para auxiliar o paciente, a família precisa saber o que é e como se trata o transtorno bipolar. Esse entendimento trará ao paciente a sensação de apoio e compreensão que serão importantes atitudes no relacionamento familiar. Um bom conhecimento da doença e do seu tratamento pelo paciente, pelos seus familiares e amigos, aumenta a possibilidade de uma vida produtiva, com qualidade e satisfação.  Muitas vezes o paciente não percebe que tem esta enfermidade, e é necessário que familiares e amigos estejam bem informados e saibam reconhecer alguns dos sintomas para poderem encaminha-lo a um tratamento adequado.



TERAPIA
COMPORTAMENTAL E A
DEPENDÊNCIA QUÍMICA DA NICOTINA

Aspectos da dependência:

Compulsão: Forte desejo de consumir uma substância.

Tolerância: Necessidade de doses cada vez maiores da substância para alcançar efeitos inicialmente conseguidos com doses menores.

Síndrome de Abstinência: Aparecimento de sintomas desagradáveis quando se pára o uso de uma substância.


A nicotina como droga:
Propriedades psicoativas
Padrão de auto administração
Compulsão
Tolerância farmacológica
Síndrome de abstinência

Obs.: Grupo de transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de substância psicoativa da CID 10ª revisão, OMS 1997- F17.1


Componentes da dependência de nicotina:
Físico, psicológico e condicionamentos.


Os fatores motivadores para parar de fumar são: dinheiro, sentimento de descontrole da vida, melhorar saúde e qualidade de vida, receio de uma doença causada pelo tabaco, dar o exemplo, aprovação familiar e social, auto-disciplina, respeitar direitos dos não fumadores e outras razões

Os fatores motivadores específicos para parar de fumar são:
Adolescentes: Mau hálito, dentes manchados, sentir-se dependente dos cigarros, dor de garganta, tosse, dispnéia que afeta os esportes, infecções respiratórias freqüentes.

Adultos assintomáticos: Há 2x mais chances de ter problemas cardíacos, 6X mais risco de desenvolver enfisema, 10X mais risco de câncer de pulmão, menor expectativa de vida, custo dos cigarros, custo de dias de trabalho perdidos, mau hálito, inconveniência social, rugas, mal cheiro. Infecções respiratórias, bronquite, faringite, insuficiência respiratória, úlceras, anginas, osteoporose, esofagite, doença gengival.
Grávidas: Maior risco de morte fetal e aborto espontâneo, maior risco de menor peso ao nascer.
Pais: Aumento de freqüência de tosse e infecções respiratórias entre filhos de fumantes.
Fumantes recentes: “É mais fácil parar agora”.
Fumantes antigos: Menor risco de doenças respiratórias e câncer se parar de fumar.
História familiar de doença cardíaca, câncer: Risco de morte aumentada pelo cigarro.
Qualquer fumante: Dinheiro poupado, sentir-se melhor, viver bem, conhecer os netos, trabalhar mais, viver com menos doenças.

Dificultadores Principais: “estresse”, ganho de peso, fissura/“cravings”, fumar automático, história de fracasso, família e co-morbidade psiquiátrica.

1) Estresse:
Fumantes acreditam que fumar ajuda a diminuir o estresse.
Ficam surpresos quando descobrem que a nicotina é um estimulante que faz o coração bater mais rápido e aumenta a pressão sangüínea.
Então, porque muitos fumantes se sentem mais calmos e relaxados quando fumam?



Por Que o cigarro relaxa?
1) Se a pessoa é uma fumante, o corpo dela está acostumado a receber uma quantidade de nicotina. Quando os níveis de nicotina ficam abaixo dessa quantidade, a pessoa se sente desconfortável. Então, quando é colocada mais nicotina no corpo, “se sente melhor” porque a nicotina voltou a ficar nos níveis necessários;
2) Todo fumante costuma fumar milhões de vezes em situações de estresse que acaba conectando este sentimento “de se sentir melhor” que a nicotina traz, com estar no controle da sua vida e de seus problemas, além do sentimento de relaxamento. Acaba por acreditar que fumar faz com que ele se sinta mais calmo e com o controle;
3) Toda vez que o tabagista fuma um cigarro, ele respira devagar e profundamente, e isso é uma forma eficiente de relaxamento. O que o fumante não sabe é que esta forma de respirar pode ajudá-lo sem o cigarro.
4) É muito importante para o fumante entender que é ele, e não o cigarro, que sempre resolve os seus problemas e obtém o relaxamento. O cigarro não paga contas, faz o trânsito andar rápido ou devagar, ou ajuda a lidar com o chefe. Além disso, não possui nenhuma substância especial para obter relaxamento.






Como lidar com o estresse:
Lembrar que o cigarro é um objeto inanimado. Ele não faz mágicas.
Achar novas maneiras de lidar com o estresse - a maneira antiga era fumar.
Reduzir o número de situações estressantes da vida.

Como reduzir o estresse na vida:
Comer de forma saudável;
Dormir o suficiente para descansar;
Fazer exercício físico, se não se exercitar, caminhar pelo menos 20 minutos;
Focalizar as boas coisas que possuir na vida;
Aceitar as coisas que não pode modificar;
Separar uma hora do dia para relaxar, usar fitas de relaxamento ou meditação;
Escrever as coisas que estão causando estresse e propor três alternativas de soluções para cada uma.

2) Barreiras – Ganho de Peso:
Barreira para cessação principalmente em mulheres.

Fator para recaída:
27% o “ganho de peso” é razão para recaída;
22% a “possibilidade de ganho de peso” é razão para recaída.

Motivo para começar a fumar
Meninas começam a fumar porque têm medo de engordar e acham que fumar emagrece.
Fumantes pesam menos que não fumantes:
Fumantes pesam de 1,1 a 6,8 kg a menos, pelo relato do US Surgeon General Report (1988).
Aumento de peso ao parar de fumar:
79% dos fumantes engordam segundo US Surgeon General Report (1990);
Ganho médio de peso - 2 a 4 quilos;
50% dos fumantes engordam menos;
10% ganham entre 11 e 13,5 kg.

Mudanças nas taxas metabólicas:
Nicotina aumenta o metabolismo.

Aumento na ingestão de alimentos:
Recuperação do paladar e olfato;
Ansiedade;
Hábito de colocar algo na boca;
Premiação.

Característica do ganho de peso:
É temporário e a maior parte ocorre nos primeiros meses.

O que fazer para não ganhar peso?
Estimular atividades físicas;
Não iniciar dietas alimentares;
Usar alimentação balanceada;
Fazer 4 refeições diárias;
Beber bastante água;
Usar opção de baixa caloria ao beliscar.

Conclusões:
Ganho de peso pode impedir a cessação;
Fumar é mais perigoso para a saúde que alguns quilos a mais;
Concentrar na cessação do tabagismo;
Dieta só quando estabilizar;
Estimule a adoção de estilos saudáveis de vida.

3) Fissura/“cravings”
Está relacionada à dependência física.
“Vontade é coisa que dá e passa!”
Evitar
Escapar
Distrair
Adiar

Fumar automático (Dependência de Hábito).
Mudanças simples na rotina para cortar o automático.
Não ter cigarro próximo.

4) História de fracasso
História de fracassos anteriores influenciam drasticamente na sensação de competência (auto-eficácia) do paciente para iniciar o processo de abstinência.
É fundamental a revisão das tentativas anteriores para que se possa criar novas estratégias.
Muitas vezes o fato do paciente se sentir um fracassado justifica a realização de um trabalho Motivacional.

5) A Família Motivador ou Dificultador?
Apoiar sem perseguir;
Fumar como forma de comunicação;
Competitividade entre casais fumantes;
Sabotagens;
Suportar o período de síndrome de abstinência.

6) Co-morbidades psiquiátricas
Depressão;
Alcoolismo;
Esquizofrenia;
Outras Drogas;
Cerca de 30% dos fumantes podem ter história de depressão e 20% ou mais podem ter história de abuso e dependência de álcool;
O fator que mais contribui para o fracasso na cessação de fumar é a associação do tabagismo com distúrbios psiquiátricos;
A prevalência de tabagismo em pacientes psiquiátricos é maior do que na população em geral;
A depressão é o distúrbio psiquiátrico mais freqüentemente associado ao tabagismo. Fiore et al.2000
A prevalência de fumantes entre alcoolistas é de 83%;
Uma vez o alcoolista tendo experimentado cigarro, existe uma chance muito grande de se tornar fumante regular;
É comprovada a associação entre fumantes pesados e bebedores pesados.
46% dos pacientes em tratamento para outras drogas querem deixar de fumar;
Poucos querem tratamentos simultâneos;
Muitos pacientes em tratamento para outras drogas consideram mais difícil deixar de fumar;
Parar de fumar pode contribuir para manter a abstinência de outras drogas.

Todo Profissional De Saúde Precisa Saber Que:
Deixar de fumar é um processo.
Leva tempo.
A média de tentativa por fumantes é de 3 a 4 vezes antes de parar definitivamente.
O tabagismo está classificado pela OMS, no grupo dos transtornos mentais e de comportamento, decorrentes do uso de substâncias psicoativas (nicotina) - CID 10.
O profissional de saúde é modelo de comportamento.

Todo Profissional De Saúde Precisa Saber Que:
Definir fumante e ex-fumante:
Fumante: fumou mais de 100 cigarros (5 maços) na vida, e fuma atualmente;
Ex-fumante: não fuma atualmente.

Diferenciar lapso de recaída:
Lapso: episódio isolado de consumo de cigarro, sem voltar a fumar regularmente.
Recaída: retorno ao consumo regular de cigarros, mesmo em quantidades menores.

Abordagem Efetiva Do Fumante
Entender os mecanismos de dependência à nicotina;
Saber reconhecer o grau de dependência do seu paciente;
Saber reconhecer o grau de motivação do seu paciente;
Saber lidar com síndrome de abstinência, “fissura” e como prevenir recaída;
Ter argumentações convincentes para motivar os fumantes;
Saber usar apoio medicamentoso quando indicado e disponível.

Intervenção intensiva - instrumentos. Avaliação através de questionários:
– Dos hábitos tabágicos (consumo, tentativas de parar, recaídas...)
– Da motivação.
– Da dependência: teste de Fagerström.
– Da privação.
– Tipo de fumador.
– Depressão e ansiedade – teste de HAD.
– De confiança.
– Diagnóstico biológico do tabagismo.

Situações que desencadeiam desejo de fumar:
• Refeições.
• Café.
• Álcool.
• Convívio social.
• Condução.
• Stress.
• Ansiedade.
• Concentração.


TERAPIA COMPORTAMENTAL

Baseada na teoria de Pavlov e Skinner:
Uso de drogas é um comportamento aprendido.
É desencadeado e mantido por eventos e emoções específicos.
É possível de ser modificado com um Tratamento breve e focal.


Estruturado em três níveis:
–Modificação do comportamento de uso e das regras disfuncionais.
–Resolução dos problemas associados.
–Reajuste social e ambiental.

A terapia comportamental é um modelo de intervenção centrado na mudança de regras e comportamentos que levam um indivíduo a lidar com uma determinada situação.

A terapia comportamental é fundamental no tratamento, deve ser sempre utilizada com ou sem o apoio medicamentoso. Ela usa técnicas de modificação de comportamento para interromper a associações: gatilho, fissura de fumar e comportamento de consumo, reforça o não fumar, ensinar habilidades para que se evite o fumo em situações de alto risco ( não se expor as mesmas), manejo dos sintomas da síndrome de abstinência, treinamento de habilidades/prevenção de recaídas.
Usa comportamentos substitutos (exercícios) – usa habilidades de recusa, positividade–evitar incentivos associados ao tabagismo( cinzeiros,cigarros,isqueiros) – prevenir a recaída, lugar que a droga ocupa na vida do tabagista (regras) na dependência do tabaco, o indivíduo não “se submete” ao tratamento, participa do processo.

Deixar de fumar é o primeiro passo, o segundo é manter, e o que possibilita o alcance dessas metas é a mudança de comportamento


A postura do psicoterapeuta na abordagem do fumante deve envolver: empatia, respeito e acolhimento.


Apoio Medicamentoso
Objetivos:
Minimizar os sintomas da síndrome de abstinência.
Deve ser sempre utilizado com a abordagem comportamental.

Situações potenciais para utilização do apoio medicamentoso
Pacientes que fumam 20 ou mais cigarros por dia;
Pacientes que fumam o 1º cigarro até 30 minutos após acordar e fumam, no mínimo 10 cigarros por dia;
Pacientes com Teste de Fagerström igual ou maior do que “score” 5;
Pacientes que tentaram parar com abordagem comportamental, e não conseguiram devido a sintomas de abstinência insuportáveis;
Não haver contra-indicações clínicas.

Conclusões
A abordagem comportamental é o eixo do tratamento.
O apoio medicamentoso pode complementar a abordagem comportamental em casos específicos.

terça-feira, 15 de março de 2011



Transtornos Alimentares e Obesidade

A cada ano mais e mais adolescentes e jovens do sexo feminino (95% dos casos) são vitimadas de graves transtornos do comportamento alimentar, que colocam sua vida em risco.
O mito e a procura do “corpo ideal” leva essas pessoas a fazerem “regimes” drásticos que desempenham papel fundamental no desencadeamento destes transtornos. As profissões de maior risco são, pela ordem, modelos, bailarinas e atletas, que utilizam basicamente o corpo . É crescente o número de atrizes que tem esses problemas.

Anorexia Nervosa

Na anorexia a pessoa passa fome de propósito para emagrecer e mesmo estando muito magra continua vendo-se gorda, havendo uma distorção da forma de perceber o próprio corpo, com obsessão pela magreza. À medida que a anorexia se agrava, cessa a menstruação. A pessoa torna-se obcecada por dieta e desenvolve estranhos rituais alimentares. Pesa-se várias vezes ao dia, faz exercícios compulsivamente, mesmo quando está fraca, pesa os alimentos e mede os líquidos que vai ingerir com precisão. Conhece com precisão os valores calóricos dos alimentos.
A desnutrição pode lesar órgãos vitais, como coração e cérebro, a pressão arterial e a freqüência cardíaca diminuem, a tiróide passa a trabalhar menos, unhas e cabelos tornam-se quebradiços, a pele resseca, fica amarelada e recoberta por uma penugem chamada “lanugo”. O organismo reduz sua atividade para se proteger.
O tratamento é difícil , já que a anoréxica acha-se “gorda” e não doente e reluta em ganhar peso, pouco que seja. Muitas vezes precisam ser hospitalizadas a força. No hospital enganam as enfermeiras, fazendo exercícios físicos (abdominais, por exemplo) às escondidas.
A anorexia atinge cerca de 1% das adolescentes de 14- 18 anos.10-20% morrem por suicídio (associação com depressão), parada cardíaca ou inanição.

Bulimia Nervosa

Pessoas com bulimia ingerem grande quantidade de comida em um período curto de tempo (ataque de comer) habitualmente movidas pela ansiedade, sentindo-se culpadas, inadequadas, e depois eliminam o “excesso” através de jejuns prolongados ,vômitos, uso de laxantes ou diuréticos, prática obsessiva de exercícios ou um combinação destes métodos.
Muitas vezes é difícil detectar a bulimia. A pessoa come compulsivamente e desintoxica às escondidas e mantém um peso normal ou levemente acima. A vergonha e a sensação de só ela ter o problema faz com que se isole e mantenha a doença oculta por anos a fio. Por isso procuram ajuda por volta dos 30-40 anos, quando seus hábitos estão muito arraigados.
“Regimes” rigorosos entre os ataques de comer também são comuns.
A bulimia pode prejudicar seriamente o organismo da pessoa. Em raros casos há inclusive a ruptura do estômago. Os métodos compensatórios podem resultar em insuficiência cardíaca por déficit de sais minerais ,como potássio. O vômito pode provocar desgaste do esmalte dos dentes, a introdução dos dedos na garganta gera ulcerações nas mãos. Ocorre inflamação do esôfago e intumescimento das glândulas salivares, podendo ocorrer irregularidades menstruais e diminuição do interesse sexual.
Pessoas com bulimia podem ter problemas de dependência de drogas, álcool e de furto compulsivo (cleptomania). Muitas sofrem de outros problemas psicopatológicos como depressão (50-75%) e transtorno obsessivo-compulsivo. Tais problemas, associados a tendências impulsivas, aumentam o risco de comportamento suicida .
1 a 3% das jovens de 18 anos em diante são bulímicas.

Compulsão Alimentar

O comedor compulsivo apresenta as mesmas características do bulímico, sem as atividades compensatórias. A pessoa come indiscriminadamente sem fome, por ansiedade ,stress ou outra emoção negativa ou não, praticamente sem mastigar, ingerindo grande quantidade de comida em pouco tempo. Para de comer por cansaço ou por estar empanturrada. Após sente-se culpada, sem controle e com diminuição ainda maior da auto-estima. 2% da população geral comem compulsivamente. 30% das pessoas que fazem dieta tornam-se compulsivas. 25-50% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer comem compulsivamente. A COMPULSÃO ALIMENTAR É O GRANDE VILÃO DAS PESSOAS QUE QUEREM EMAGRECER. SE ESTIVER PRESENTE, DEVERÁ SER TRATADA PRIORITARIAMENTE, POIS INVIABILIZA QUALQUER ABORDAGEM NUTRICIONAL, POR MAIS ADEQUADA QUE SEJA. QUANDO ANSIEDADE, DEPRESSÃO, SENTIMENTOS NEGATIVOS DE QUALQUER ORDEM ESTÃO PRESENTES NO COMPORTAMENTO ALIMENTAR, DEVERÃO SER IDENTIFICADOS E TRATADOS . MAIS QUE UMA DIETA, É NECESSÁRIA TODA UMA MUDANÇA NO ESTILO DE VIDA, QUE INCLUE ALTERAÇÃO NA RELAÇÃO DA PESSOA COM O ALIMENTO . COMO, QUANDO e PORQUE ESSAS PESSOAS COMEM.

CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO DAS PESSOAS COM T.A.

Habitualmente pessoas com T.A . apresentam baixa auto-estima, sentimentos de desesperança e pavor de tornarem-se gordas. OS T.A. DESENVOLVEM-SE COMO UMA MANEIRA INADEQUADA DE LIDAR COM STRESS E ANSIEDADE.
A anoréxica, com freqüência é obediente e introvertida, perfeccionista, boa aluna e excelente atleta. Quase sempre obedece a vontade alheia e tem dificuldade para lidar com problemas típicos da adolescência. Controlar o peso, inicialmente, tem duas vantagens: levar ao controle do seu corpo e obter aprovação das outras pessoas. Com o tempo torna-se claro que tais pessoas estão descontroladas e perigosamente magras.
Pessoas com bulimia apresentam “ataque de comer” para diminuir a ansiedade e o stress. Com o exagero alimentar surgem a culpa e a depressão.

EMAGRECIMENTO

Claro que é importante e saudável uma jovem manter-se bonita e elegante! Porém o emagrecimento deve ser um meio e não um fim em si próprio! Quem come demais porque está ansiosa ou deprimida ou por qualquer outro fator psicológico e não por fome deve tratar o fator que a leva a comer mais. COMIDA NÃO É SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS EMOCIONAIS! DEIXAR DE COMER TAMBÉM NÃO! Emagrecimento deve supor saúde, bem estar e respeito ao biotipo e à individualidade de cada uma! É POSSIVEL SIM TER UM PESO QUE A DEIXE BONITA e ELEGANTE! PROCURE UM PESO VIÁVEL que lhe permita curtir a vida e não morrer por ele! SE VOCÊ COME OU DEIXA DE COMER POR ANSIEDADE TRATE ESSA ANSIEDADE!



Este livro eu indico para pais e professores sobre HIPERATIVIDADE OU TDAH:

No Mundo da Lua: Perguntas e respostas sobre Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos, cujos direitos foram cedidos à ABDA pelo autor.Mattos, Paulo. São Paulo, Lemos Editorial, 2001.

domingo, 13 de março de 2011


Um livro que recomendo!

TRANSTORNOS MENTAIS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES: MITOS E FATOS
Trata-se de um livro informativo sobre as características dos transtornos mentais em crianças e adolescentes, escrito por:
Mara Lúcia Cordeiro e Antônio Carlos de Farias
Abordagem Neuropsicológica dos Distúrbios Comportamentais na Infância


A diferenciação entre um comportamento normal e patológico nem sempre é clara; Não existe um critério uniforme e inequívoco do que seja um comportamento normal. As pessoas são diferentes uma das outras, crescem em ambientes com variadas culturas e crenças, vivenciam as situações da vida com as suas maneiras próprias de ser. Não se pode julgar as alterações comportamentais de uma criança sem antes entender a sua história de vida, a herança genética e a experiência herdada dos seus pais, o ambiente em que cresceu e a forma como interagiu e interage com ele.

A Determinação genética e as influências ambientais

O comportamento humano é o resultado da interação entre a programação genética que controla a formação e organização do sistema nervoso e as circunstâncias ambientais em que o individuo se encontra ao longo do seu processo de evolução.

Os genes contêm as instruções iniciais para a formação do sistema nervoso, incluindo, as estruturas anatômicas e químicas que participarão do processo de modulação comportamental com a finalidade de adaptar o indivíduo ao seu meio ambiente; codificações genéticas inadequadas podem ocasionar cérebros malformados em sua estrutura anatômica ou química gerando distúrbios cognitivos e ou comportamentais. Muitos aspectos do que somos que antes eram imputadas as influências ambientais são hoje mais corretamente reconhecidos como déficits cerebrais por herança genética. As maiorias dos genes implicados com os distúrbios mentais variam no modo e intensidade como se manifestam nas sucessivas gerações familiares: um pai pode apresentar uma forma leve de distúrbio mental e o seu filho pode apresentar uma forma mais grave.

O ambiente através dos vários estímulos externos determina quais circuitos cerebrais serão mais desenvolvidos com a finalidade de adaptar o indivíduo ao seu meio externo; estes processos ocorrem de forma dinâmica ao longo de toda a vida, em cada novo aprendizado se estabelece um novo circuito de memória. A ação ambiental inadequada pode reforçar circuitos cerebrais de memória para a má conduta; Se uma criança é agredida ela memoriza o ato e aprende agredir, Se uma criança desenvolve-se em um meio de amor e diálogo ela memoriza o ato e aprende a dialogar e amar.

Abordagem das alterações agudas do comportamento

Transtornos agudos do comportamento devem ser abordados como um quadro emergencial, uma vez que, várias situações médicas podem causá-los, sendo alguns deles, um risco potencial de morte para o paciente. Se no passado recente a maioria desses pacientes recebia atendimento em hospitais psiquiátricos, a evolução dos meios diagnósticos e a necessária humanização dos serviços médicos propiciaram atendimentos de melhor qualidade nos hospitais gerais. Situações causadoras de distúrbios comportamentais como intoxicações, distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos, hematomas intracerebrais, requerem atendimento em locais com estrutura física adequada, equipe especializada, laboratórios e serviços de imagem – 24 horas, porque viabilizam diagnóstico e intervenção precoce. Passado essa fase de atendimento, é prudente que a hospitalização seja de curta duração, sendo o paciente posteriormente encaminhado para um ambulatório de saúde mental ou para outras especialidades dependendo do seu diagnóstico clínico.

Sintomas mais freqüentemente observados em alterações agudas do comportamento:

• Inespecíficos: pânico, euforia, desinibição verbal, agressividade
• Agitação psicomotora: hiperatividade psíquica e motora sem finalidade aparente.
• Confusão: desorientação
• Delírios: desorientação, despersonalização, alteração da percepção
• Alucinação: visuais e auditivas

As principais causas de alterações agudas do comportamento podem ser classificadas em:

A: Sintomáticas - Relacionadas a enfermidades sistêmicas que possam comprometer secundariamente o sistema nervoso. Geralmente cursam com alteração do nível de consciência.

• Intoxicações
• Drogas
• Infecções do SNC
• Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos
• TCE
• Estado de mal convulsivo de crises tipo parcial complexa ou ausência
• Doenças crônicas sistêmicas

B: Psicóticas – Relacionadas a doenças psiquiátricas. Geralmente preservam o nível de consciência mas desestruturam o pensamento.

• Surto psicótico
• Mania

C: Não psicóticas – Relacionadas a doenças psicossomáticas. Não comprometem o nível de consciência e tampouco comprometem a qualidade do pensamento. Geralmente associa-se a conflitos psíquicos.

• Pânico
• Conversão
• Somatização

Todas estas causas podem ser facilmente diferenciadas através de uma anamnese detalhada. As pautas de atuação da equipe médica devem seguir a seguinte seqüência:

• Observação da conduta para depois definir sobre a necessidade ou não de contenção – química ou física ou ambas.
• Descartar causas sintomáticas
• Diferenciar causas psicóticas de não psicóticas

O comprometimento do nível de consciência tende o diagnóstico para uma causa sintomática; a desestruturação do pensamento para uma causa psicótica, lembrando que as esquizofrenias é um distúrbio que se inicia na adolescência ou inicio da vida adulta e tem uma evolução com períodos livres de sintomas. Não se deve suspeitar do quadro quando o primeiro surto ocorre em crianças de baixa idade. Antes da puberdade geralmente o surto psicótico associa-se a doenças sistêmicas, EX – Lupus eritematoso sistêmico. Os quadros psicossomáticos geralmente associam-se a ganhos secundários e freqüentemente relaciona-se a maus tratos e agressões físicas.

Abordagem das alterações crônicas do comportamento

O atendimento a crianças com transtornos crônicos do comportamento geralmente demanda o trabalho de uma equipe multidisciplinar. O comportamento inadequado freqüentemente desestrutura as relações acadêmicas, familiares e sociais da criança. O auxílio de uma equipe especializada envolvendo médicos, psicólogos, assistentes sociais, propicia uma melhor análise e abordagem, ao considerar todas as variáveis médicas e não médicas que colaboram para o agravamento do quadro.

A Interpretação entre um comportamento difícil, mas normal, e um comportamento patológico nem sempre é clara; muitos problemas, às vezes, erroneamente interpretados como patológicos são típicos e esperados em certos estágios da vida infantil:

• Ansiedade de Separação – 8 a 24 meses – a criança adquire a capacidade de distinguir a mãe de outras pessoas e se assusta quando se aproxima de estranho ou quando a mãe momentaneamente se afasta.
• Comportamento Opositivo (birras) – 24 a 48 meses – tentativa de autonomia da criança.
• Pensamento mágico – 36 a 48 meses – a criança não separa o real do imaginário, nessa fase são comuns o medo, as fobias e as mentiras.
• Fobia escolar – 6 a 7 anos
• Angústia da Puberdade – Adolescência

Outros são decorrentes de um padrão de temperamento ou associados a funções biológicas irregulares

• Humor negativo – reações intensas a estímulos banais, inadaptação a situações novas, mal humor
• Distúrbio do ciclo do sono, alimentação e excreção
• Transtorno de ajustamento – reação a um stress agudo claramente identificável

Ao abordar o problema é sempre importante analisar:

A. As características dos pais:

Perfil comportamental, Temperamento, Expectativas em relação ao filho, Doenças neuropsiquiátricas.

B. As características da criança

Fase do desenvolvimento psíquico, Temperamento, Ritmo biológico de sono-vigilia, alimentação e excreções, hábitos, saúde pregressa.

C. O contexto em que o comportamento considerado patológico ocorre

Ambiente, Dinâmica de funcionamento familiar e escolar.

Um comportamento patológico é mais provável quando, possui uma característica crônica, mais de um tipo de problema comportamental envolvido, interferindo com a função cognitiva e social da criança, manifestando-se em todos os ambientes e sendo observado por diferentes pessoas do seu convívio. A prevalência desses comportamentos patológicos na população pediátrica varia de acordo como os problemas são definidos e medidos, os índices oscilam entre 2 e 10%.

Os sintomas crônicos geralmente associados a comportamento patológicos são:

• Ansiedade: (hipercinesia, impulsividade, irritabilidade, pânico, obsessão, compulsão)
• Distúrbios do humor: (depressão, isolamento, hipoatividade, insônia, fadiga, cansaço)
• Distúrbios do movimento: (tics)
• Pobre interação social
• Alterações cognitivas: (déficit de atenção, memória, linguagem, etc)
sintomas podem ou não estar presentes, também podem oscilar em intensidade e gravidade.
As principais causas são doenças neuropsicológicas como:

• TDAH
• S. Tourret
• TOC
• Autismo
• Transtornos psiquiátricos

Estas doenças têm origem multifatorial (genética, ambiental), são decorrentes de um mau funcionamento de circuitos cerebrais relacionados à regulação do comportamento , ocorre déficit de neurotransmissores como p.ex. Dopamina e serotonina, cursam com alterações afetivas, cognitivas e comportamentais e podem ser comórbidas em um mesmo indivíduo. O diagnóstico diferencial entre elas envolve uma história clínica detalhada com aplicação de questionários específicos (DSM-IV). Os exames complementares são de pouquíssima utilidade para o diagnóstico.

Outras patologias cerebrais podem alterar os circuitos cerebrais relacionados com a regulação do comportamento como por exemplo:

• Epilepsias
• Moléstia Reumática – Coréia de Sidehan
• Tumores cerebrais
• Doenças endocrinológicas

Nestes casos os métodos complementares como prova de atividade inflamatórias, dosagens sérica de hormônios, eletroencefalograma e exames de neuroimagem são importantes apêndices no diagnóstico e tratamento .

Tratamento

Terapia comportamental cognitiva

Terapia baseada em condicionamentos psicológicos que visam o rompimento de padrões patológicos de comportamento.

Psicofarmacoterapia

A psicofarmacoterapia vem ocupando um lugar de destaque no tratamento não só de adultos mais também de crianças e adolescentes;Tem por objetivo melhorar as funções cognitivas (atenção, memória, concentração) e afetivas (humor, disposição) que possibilitem uma melhora da integração social da criança. Deve ser um recurso complementar a psicoterapia.

Prevenção

A prevenção dos distúrbios comportamentais deve iniciar já no momento em que o casal idealiza ter um filho; futuros pais devem evitar exposição a agentes ambientais que comprovadamente podem causar alterações nas células reprodutivas ou interferir sobre o processo de formação e desenvolvimento cerebral do futuro filho. O fumo p. ex. contém a nicotina responsável por diminuição da circulação placentária, ocasiona um menor aporte de Oxigênio para o feto o que interfere com a migração natural dos neurônios e formação de novas conexões (sinapses). Mães fumantes têm 50% a mais de riscos que as não fumantes de apresentar filhos com retardo mental e TDAH. Drogas, álcool, desnutrição materna, infecções no período gestacional são outras possíveis causas. O homem também deve ter alguns cuidados, os espermatozóide são vulneráveis a estes agentes ambientais, considerando que eles possuem uma vida útil de 3 meses, este seria um período de segurança para o homem que prospectivamente deseja ter um filho. O aconselhamento genético é importante para casais que apresentam histórico de doenças neuropsiquiátricas ou retardo mental na família. A gestante deve regularmente realizar as consultas de pré-natal e realizar exames complementares para identificação precoce de problemas no feto. Sabe-se que o ambiente exerce uma importante influência sobre a plasticidade cerebral (formação de novos circuitos de memória, crescimento neuronal); a correta educação dos filhos com a precoce imposição de limites introduz desde tenras idades a noção de respeito ao outro e aceitação das regras sociais, “A criança reproduz e memoriza as condutas do seu ambiente".

Transtornos de Aprendizagem escolar

Autor: Antônio Carlos De Farias - Neuropediatra

É difícil para os pais compreenderem o motivo pelo qual seu filho apresenta dificuldades de aprendizagem escolar, principalmente, quando o médico refere não existir quaisquer comprometimentos orgânicos, sensoriais (visual ou auditivo) e cognitivo (déficit de inteligência) que possam interferir com o aprendizado da criança.

Em geral a criança não possui uma doença grave, porem o problema é real e não imaginário, são devidos a fatores constitucionais da própria criança, sejam por uma lentidão maturacional das funções cerebrais relacionadas à aprendizagem ou por minúsculas lesões nas células (neurônio) ou circuitos (sinapses) neuronais que os exames de imagem ainda não tem um adequado poder de resolução para identificá-las.

A maioria das crianças com dificuldades de aprendizagem melhoram à medida que crescem, em algumas as dificuldades resolvem-se completamente, enquanto outras, persistem ao longo da vida com um certo grau de dificuldade em uma área específica (leitura, escrita, matemática, etc). Somente o acompanhamento da criança revelara quais continuarão apresentando o problema e quais melhorarão com a maturação cerebral. A você pai cabe propiciar ao seu filho um ambiente estimulador e motivador a fim de que ele desenvolva o hábito da leitura e do raciocínio, pois é esta conduta que pode melhorar muito o prognostico da criança.

Ao nascimento cada célula nervosa esta corretamente localizada e pronta para ser desenvolvida;

O estímulo externo vai determinando o crescimento celular e a formação de novos circuitos de memória importantes para o estabelecimento da inteligência global. Estas células ou circuitos podem ser malformados ou alterados por agressões externas como p. ex. infecções, traumas cranianas, hipóxia cerebral. Infelizmente a célula cerebral tem uma reduzida capacidade de regeneração, assim o cérebro desenvolveu uma função chamada plasticidade cerebral na qual as células íntegras podem realizar outras conexões e assumir de acordo com o estímulo a função daquele circuito lesionado ou malformado. Um ambiente que proporcione estímulos para a criança pode motivar esta plasticidade cerebral; um exercício de aprendizagem faz aumentar o numero de sinapses cerebrais. È devido a esta função que as crianças portadoras de algum tipo transtorno de aprendizagem escolar podem melhorar o seu desempenho quando recebe uma adequada estimulação.

A seguir listo algumas dicas que podem ser aplicadas no dia a dia da criança. Não faça disto uma regra rígida, elas devem ser praticadas de uma forma natural a fim de que a criança não se sinta pressionada ou discriminada. Tenha sempre uma relação franca e honesta, explique de forma clara as dificuldades que ela apresenta e o tipo de trabalho a ser desenvolvido para que ela participe ativamente da sua reabilitação.

Dicas

■Permaneça durante o ano em contato regular com os professores e demais profissionais que trabalham com o seu filho para saber como ele está progredindo. Pai e mãe devem compartilhar esta responsabilidade.

■Seja encorajador, evite críticas ou rótulos, elogie o esforço e não apenas a realização; As crianças com transtorno de aprendizagem escolar, pelas dificuldades que apresentam, tornam-se inseguras e com baixa auto estima. O apoio familiar é fundamental para a sua motivação e restabelecimento da auto-estima.

■Seu filho necessita de trabalho individual fora do período escolar, isto pode ser feito por familiares desde que tenham paciência e aptidão para ensinar. Quando ensiná-lo, não exagere, pequenas lições diárias são melhores que longas lições esporádicas, tente pequenas atividades de cada vez.

■Quando o treinamento é voltado para a escrita é necessário corrigir posturas inadequadas e observar a forma correta de segurar o lápis. Algumas crianças se beneficiam de máquinas de datilografar ou computadores onde podem visualizar e memorizar as letras no teclado.

■Quando a dificuldade é principalmente em aritmética, procure estimular as atividades que envolvam números e faça isto nas pequenas coisas do dia-dia como por ex. contar os talheres na mesa ou as meias na gaveta. Estimule as somas e as subtrações.

■Durante a leitura estimule a criança à acompanhar as palavras com o lápis posicionando-o horizontalmente abaixo da linha que está sendo lida. Alterne com a criança a leitura, ela lê um trecho do texto e você lê o outro, depois peça a ela que explique o conteúdo da leitura.

■Pratique jogos ou brincadeiras onde a leitura seja necessária.

■Existem livros gravados em fitas cassetes ou CD, é um bom método para a criança treinar a memória visual e auditiva.

■Se o seu filho apresenta alguma dificuldade de linguagem, quando falar com ele faça-o de forma lenta e clara, estabeleça pausas depois de cada frase, certifique-se que ele entendeu e repita se houver necessidade.
Lembre-se que a criança está passando por um processo de amadurecimento cerebral; As exigências devem estar de acordo ao potencial de inteligência que ela apresenta. Certifique-se com os profissionais se a maturidade do seu filho é adequada ao nível de expectativa que você ou a escola tem em relação a ele. Mesmo com toda a dedicação do seu filho e a sua compreensão é possível que o progresso de aprendizagem não ocorra na velocidade que você espera; Não desanime ou projete na criança todo o seu descontentamento; Sucessos nesta área estão diretamente ligados a uma atitude encorajadora e positiva em relação à criança

sábado, 12 de março de 2011

TERAPIA COGNITIVO/COMPORTAMENTAL

1. O objeto de interesse da terapia é o comportamento do cliente

O interesse do terapeuta comportamental é o comportamento, compreendido como a relação entre o indivíduo e o ambiente que o cerca. Dentro dessa definição entram comportamentos públicos. Sentimentos e pensamentos são também comportamento e merecem uma atenção especial na terapia. Sentimentos mostram o grau em que o cliente está envolvido com determinado problema. Os pensamentos indicam como o indivíduo interpreta o que lhe acontece. Saber sobre como o cliente sente e pensa é fundamental para entender seus problemas e propor soluções adequadas.

2. O comportamento é aprendido

Apesar de existirem comportamentos inatos, a maior parte do comportamento humano é aprendido. O modo como agimos, os pensamentos que temos sobre os fatos e pessoas, a maneira como interagimos com os outros, tudo é aprendido. Mesmo o comportamento inadequado, que causa sofrimento, é aprendido. Isso leva à idéia de que é possível desaprender os comportamentos inapropriados e aprender uma maneira alternativa e mais saudável de agir.

3. A pessoa não é doente. Seu comportamento é que está inadequado

Baseando-se nos princípios anteriores, chega-se a um fundamento importante da terapia comportamental: não existem pessoas doentes. Ora, se o comportamento é relação e se o comportamento é aprendido, significa que ações que causam sofrimento ao indivíduo estão ocorrendo em caráter temporário, como conseqüência de um aprendizado ou de um contexto inadequado. Mudando o aprendizado, mudando as relações com o ambiente, o sofrimento cessa. Ou seja, o que está problemático é o que o indivíduo faz, e não o indivíduo em si. Ainda que não inteiramente precisa, pode-se usar uma frase para resumir essa idéia: o indivíduo não é doente, seus comportamentos é que estão doentes.

quarta-feira, 9 de março de 2011


PSICOTERAPIA COGNITIVA COMPORTAMENTAL
PARA ADULTOS, CASAIS, ADOLESCENTES E CRIANÇAS

A psicoterapia é um recurso para ajudá-lo a entender melhor a si mesmo, às pessoas ao seu redor e aos seus problemas e pode auxiliá-lo a encontrar maneiras de enfrentar as dificuldades e melhorar sua situação. Nesse processo, o cliente e uma psicóloga examinam áreas emocionais e sociais o estão afetando nenhum dia-a-dia ou em situações específicas.

Muitas pessoas procuram uma psicoterapia porque estão preocupadas com seus relacionamentos com a família, amigos com, com esposos, com namorados, com curador, com vizinhos, com filhos, com irmãos, com colegas de trabalho, com companheiros de república. Isso acontece porque os relacionamentos são uma parte muito importante de nossas vidas. Essas pessoas procuram psicoterapia porque querem entender melhor seus relacionamentos, o está dando errado neles e pensar em como melhorá-los.

Uma psicoterapia cognitiva ou cognitiva comportamental, que é a abordagem que uso com as pessoas que me procuram, principalmente que leva em conta as interpretações que cada um dá a si e aos acontecimentos para tentar entender e modificar suas emoções e seu modo de agir, esses são seus pilares centrais.

O foco principal da terapia está em como os problemas (atuais ou não) interferem com sua vida diária, ajudá-lo a entender esses problemas e a desenvolver maneiras de lidar com eles.

É um tipo de psicoterapia mais ativa (você não vai falar 50 minutos sem quase ouvir minha voz), onde a psicóloga pode pedir para você fazer ou pensar sobre certas coisas entre as sessões (como uma "lição de casa") ou sugerir certos comportamentos (fazem parte das técnicas da abordagem e/ou que foram demonstrados serem eficientes para determinados casos pela literatura científica).

Algumas das razões comuns para fazer psicoterapia são:
•querer fazer mudanças positivas em sua vida

•dificuldades com relacionamentos

•desempenho sem trabalho, faculdade ou escola.

•sentir sua vida está desequilibrada

•querer fazer uma revisão de sua vida

•querer recomeçar

•desenvolvimento pessoal

•problemas de comunicação

•trauma por sequestro, assalto, estupro

•ansiedade

•pânico

•estresse

•abuso físico, sexual ou emocional.

•depressão

•sentir perdeu o sentido na vida

•perdas

•luto

•medo futuro

•transtornos alimentares

•dificuldades sexuais

•falta de confiança

•querer fazer mudanças na carreira

•ciúmes

•problemas de intimidade

•problemas conjugais

•obsessões, manias e compulsões

•transições de relacionamento

•crise de transição de vida (p.e. crise de meia-idade)

•sentir-se para baixo ou infeliz sem saber por quê

•indecisão

•falta fazer motivação

•fobia

•problemas do comportamento em adolescentes

•não conseguir lidar com as circunstâncias

•questões sobre orientação sexual

•solidão

•isolamento

•sentir-se vazio

•problemas de identidade e personalidade

•questões de auto-estima e auto-conceito
E muitos outros...

PERGUNTAS COMUNS:

"Gostaria de saber qual a diferença entre psicólogo, psiquiatra e psicanalista. Também em consiste uma entrevista inicial. É um diagnostico? "

R. O psicólogo fez 5 anos de faculdade de psicologia, com uma formação multidisciplinar, enfocando tanto a parte humana quanto um e biológica estuda várias abordagens psicoterápicas, escolhendo uma para atuar. Além de ser psicoterapeuta, um profissional de atuação do psicólogo abrange outras áreas, como o recurso humanos em empresas, uma orientação vocacional e uma aplicação de testes psicológicos, entre outros.

O psiquiatra é um médico fez residência em psiquiatria, geralmente trata uma pessoa através de medicamentos, se prestam aos transtornos psiquiátricos, procurando as causas orgânicas de seu quadro. Alguns psiquiatras também fazem psicoterapia, pois eles têm algumas matérias na residência sobre isso.

O psicanalista estudou psicanálise (que é uma das várias abordagens psicoterápicas existem, cujo fundador foi Freud) em uma sociedade de psicanalistas e pode ter qualquer formação superior (pode ser um químico, um matemático, etc).

O psicólogo cognitivo (que é uma abordagem na qual atendo) ajuda uma pessoa através de psicoterapia, onde em sessões semanais uma pessoa estará trabalhando seus pensamentos, crenças e comportamentos, direcionados a um objetivo específico (por exemplo, ansiedade, dificuldades de relacionamento) ou ao auto conhecimento.

terça-feira, 8 de março de 2011

O que é Terapia Comportamental?

A Terapia Comportamental pode ser entendida como um processo de aprendizagem, que tem por objetivo auxiliar as pessoas na resolução de problemas e dificuldades da vida. Ela é um espaço para ampliar a auto-observação, trazendo à consciência uma parcela maior daquilo que fazemos e, principalmente, das razões que nos levam a fazer o que fazemos.

A Terapia Comportamental fundamenta-se na ideia de que, ao promovermos nosso autoconhecimento, é possível aumentar nossa capacidade para agirmos no mundo da maneira que queremos. Desta forma, podemos melhorar nossos pensamentos e sentimentos, em relação ao mundo e a nós mesmos.

É importante lembrar que, embora algumas das causas dos nossos problemas possam estar na nossa infância, é a compreensão das situações pelas quais passamos ou que vivenciamos no cotidiano de nossos relacionamentos que pode fornecer a chave para as mudanças que desejamos ou que necessitamos.
O que faz um Terapeuta Comportamental?

O terapeuta comportamental não é um conselheiro e também não é alguém que apenas ouve e interpreta aquilo que lhe contam: ele busca, junto com aquele que procura a ajuda psicoterapeutica, encontrar estratégias alternativas de ação, visando produzir mudanças efetivas em sua vida.

Buscando uma definição clara dos objetivos da psicoterapia para cada pessoa, cabe ao terapeuta comportamental abrir um leque de opções de conduta, auxiliando na análise das conseqüências positivas e negativas de cada uma e, então, aceitar e colaborar na decisão que a pessoa toma. A Terapia Comportamental é uma forma de Análise do Comportamento aplicada aos diversos problemas da vida

Espera-se encontrar na Terapia Comportamental uma ajuda fundamentada em conhecimentos aprofundados acerca do comportamento humano, que ultrapassem o senso comum. Nesse sentido, vale a pena também lembrar que a Terapia Comportamental se apóia em um campo da Psicologia denominado Análise do Comportamento, que estuda o comportamento humano de uma maneira diferente daquela que se encontra na maioria dos livros de auto-ajuda ou em práticas místicas (como, por exemplo, Astrologia, Tarô, Florais de Bach, Reiki, Terapia de Vidas Passadas-TVP etc). Ao invés de seguir crenças, dogmas e o senso comum, a Análise do Comportamento faz pesquisas criteriosas com base no método científico e conta com pesquisadores academicamente conceituados em diversas Universidades ao redor do mundo inteiro.

O que é Ludoterapia?



A Ludoterapia é uma adaptação do processo psico-terapêutico para o universo infantil, onde uma brincadeira é um mais genuína forma de expressão. O objetivo da Ludoterapia é ajudar uma criança, através dos brinquedos, um expressar com maior facilidade seus conflitos e dificuldades, o ocorre de forma simbólica. "brincando" com ela, o terapeuta é capaz de ajudá-la a ultrapassar os obstáculos que a impedem de integrar-se e adaptar-se adequadamente ao seu meio familiar e ou social mais amplo. Através de desenhos, atividades projetivas, jogos, modelagem e outros recursos lúdicos, uma criança representa seus mundos internos, inclui as situações mais uma afligem. Example: Um garoto pega um bonequinho e uma bonequinha de plástico e simula uma briga entre ambos, ao mesmo tempo em que, aflito, pede a eles parem de brigar (atribuindo-lhes o papel de pai e mãe) por certo está reproduzindo uma cena muito conhecida sua.


O terapeuta investiga e busca compreender a origem dessa representação (pode ser tanto um conflito familiar quanto uma cena de filme de TV) e atua também em linguagem lúdica, de modo a elucidar e tratar o conflito. Por conter brinquedos e materiais atraentes, a sala de Ludoterapia é sempre muito agradável para as crianças. Elas geralmente ficam muitas à vontade e gostam bastante das sessões.


Embora os materiais e atividades utilizados sejam parecidos para meninos e meninas, normais ou com alguma deficiência, como representações seu cotidiano, produzidas durante uma sessão, variam em função tipo do problema que a criança vive. Uma criança com comprometimento da motricidade fina, por exemplo, poderá produzir um desenho riquíssimo em termos de conteúdo, ainda empobrecido em termos gráficos. São vários os motivos levam os pais a buscarem terapia para seus filhos. Os mais freqüentes são os distúrbios de aprendizagem e os de comportamento (dentre estes, particularmente, a agressividade, a rebeldia, uma ausência de limites e o alto grau de ansiedade). Esses distúrbios costumam ser mais freqüentemente identificado nenhum início da idade escolar, quando se observa o comportamento da criança parece ser diferente daquilo é esperado como normal para aquela idade. Mais comumente, o roteamento à terapia é feito pelo pediatra, pela escola e outros profissionais da saúde. Em geral, uma criança manifesta bastante afetividade em relação ao terapeuta, o facilita em muito a sua adesão ao tratamento.


O terapeuta, não entanto, procurará sempre conduzir uma criança na busca de sua independência e autonomia, gradativamente, para o vínculo afetivo se desfaça de forma natural. Deve-se evitar ao máximo o processo terapêutico seja interrompido abruptamente, para que uma criança tenha tempo de up um separação, assim como deve ser com as demais situações de separação de figuras importantes de seu círculo de relações.


Uma melhora, em relação ao quadro inicial, é detectada através da evolução de seus desenhos e liberar, bem como de seu comportamento em casa e na escola, cujas informações são sempre verificadas junto aos pais e professores. A para fundamentais do participação dos pais é a manutenção da evolução da criança porque, ainda inconscientemente, eles quase sempre estão ligados aos sintomas apresentados por ela. Não se trata de culpar os pais pelos problemas apresentados pelos filhos, mas de orientá-los sobre algumas de suas necessidades, muitas vezes imperceptíveis para eles. Na maioria das vezes, os pais mostram-se bastante receptivos e colaboradores, o que redunda em enormes ganhos tanto para uma criança quanto para toda a família.

Transtornos Invasivos de Desenvolvimento


São cinco os transtornos caracterizados por atraso simultâneo no desenvolvimento de funções básicas, incluindo socialização e comunicação :

1 - O autismo : é uma desordem global do desenvolvimento. É uma alteração que afeta a capacidade da pessoa comunicar, estabelecer relacionamentos e responder apropriadamente ao ambiente - segundo as normas que regulam estas respostas.
Algumas crianças, apesar de autistas, apresentam inteligência e fala intactas, outras apresentam importantes retardos no desenvolvimento da linguagem. Alguns parecem fechados e distantes, outros presos a comportamentos restritos e rígidos padrões de comportamento. Os diversos modos de manifestação do autismo também são designados de Espectro Autista, indicando uma gama de possibilidades dos sintomas do autismo.
Um dos mitos comuns sobre o autismo é de que pessoas autistas vivem em seu "mundo próprio" interagindo com o ambiente que criam; isto não é verdade. Se, por exemplo, uma criança autista fica isolada em seu canto observando as outras crianças brincarem, não é porque ela está desinteressada nessas brincadeiras ou porque vive em seu mundo, é porque simplesmente ela tem dificuldade de iniciar, manter e terminar adequadamente uma conversa.
Outro mito comum é de que quando se fala em uma pessoa autista geralmente se pensa em uma pessoa retardada que sabe poucas palavras (ou até mesmo que não sabe nenhuma). A dificuldade de comunicação, em alguns casos, está realmente presente, mas como dito acima nem todos são assim: é difícil definir se uma pessoa tem retardo mental se nunca teve oportunidades de interagir com outras pessoas ou com o ambiente.

2 - Síndrome de Rett é uma anomalia genética, no gene mecp2 que causa desordens de ordem neurológica, acometendo quase que exclusivamente crianças do sexo feminino.
Compromete progressivamente as funções motoras, intelectual assim como os distúrbios de comportamento e dependência.
No caso típico, a menina desenvolve de forma aparentemente normal entre 8 a 18 meses de idade, depois começa a mudar o padrão de seu desenvolvimento.
Ocorre uma regressão dos ganhos psicomotores, a criança torna-se isolada e deixa de responder e brincar.
O crescimento craniano, até então normal, demonstra clara tendência para o desenvolvimento mais lento, ocorrendo uma microcefalia adquirida.
Aos poucos deixa de manipular objetos, surgem movimentos estereotipados das mãos (contorções, aperto, bater de palmas, levar as mãos à boca, lavar as mãos e esfregá-las) surgindo após, a perda das habilidades manuais.

3 - Transtorno Desintegrativo da Infância é um tipo de Transtorno invasivo do desenvolvimento (PDD, na sigla em inglês) geralmente diagnosticado pela primeira vez na infância ou adolescência.
Critérios de diagnósticos:

A. Desenvolvimento aparentemente normal durante pelo menos os 2 primeiros anos de vida, manifestado pela presença de comunicação verbal e não-verbal, relacionamentos sociais, jogos e comportamento adaptativos próprio da idade.
B. Perda clinicamente importante de habilidades já adquiridas (antes dos 10 anos) em pelo menos duas das seguintes áreas:
- linguagem expressiva ou receptiva
- habilidades sociais ou comportamento adaptativo
- controle esfíncteriano
- jogos
- habilidades motoras
C. Funcionamento anormal em pelo menos duas das seguintes áreas:
comprometimento qualitativo da interação social (p. ex., comprometimento de comportamentos não-verbais, fracasso em desenvolver relacionamentos com seus pares, falta de reciprocidade social ou emocional)
comprometimento qualitativo da comunicação (p. ex., atraso ou ausência de linguagem falada, fracasso em iniciar ou manter uma conversa, uso estereotipado e repetitivo da linguagem, ausência de jogos variados de faz-de-conta)
padrões restritos, repetitivos e estereotipados de comportamento, interesses e atividades, incluindo estereotipias motoras e maneirismos
D. A perturbação não é melhor explicada por outro Transtorno global do desenvolvimento específico ou por Esquizofrenia.

4 - síndrome de Asperger, transtorno de Asperger ou desordem de Asperger (código CIE-9-MC: 299.8), é uma síndrome do espectro autista, diferenciando-se do autismo clássico por não comportar nenhum atraso ou retardo global no desenvolvimento cognitivo ou da linguagem do indivíduo. A validade do diagnóstico de SA continua incerta, estando atualmente em discussão a sua manutenção ou retirada do "Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders"
A SA é mais comum no sexo masculino. Quando adultos, muitos podem viver de forma comum, como qualquer outra pessoa que não possui a síndrome. Há indivíduos com Asperger que se tornaram professores universitários (como Vernon Smith, "Prémio Nobel" da Economia de 2002). No entanto, no Reino Unido estima-se que apenas 12% terá emprego a tempo inteiro.
O termo "síndrome de Asperger" foi utilizado pela primeira vez por Lorna Wing em 1981 num jornal médico, que pretendia desta forma homenagear Hans Asperger, um psiquiatra e pediatra austríaco cujo trabalho não foi reconhecido internacionalmente até a década de 1990. A síndrome foi reconhecida pela primeira vez no Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, na sua quarta edição, em 1994 (DSM-IV).
Alguns sintomas desta síndrome são: dificuldade de interação social, falta de empatia, interpretação muito literal da linguagem, dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, isso pode ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto.
Alguns estudiosos afirmam que grandes personalidades da História possuíam fortes traços da síndrome de Asperger, como os físicos Isaac Newton e Albert Einstein, o compositor Mozart, os filósofos Sócrates e Wittgenstein, o naturalista Charles Darwin, o pintor renascentista Michelangelo, os cineastas Stanley Kubrick e Andy Warhol e o enxadrista Bobby Fischer, além de autores de diversas obras literárias, como no caso de Mark Haddon.

5 - Transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação :O TID-SOE é uma categoria diagnóstica de exclusão e não possui regras especificadas para sua aplicação. Alguém pode ser classificado como portador de TID-SOE se preencher critérios no domínio social e mais um dos dois outros domínios (comunicação ou comportamento). Além disso, é possível considerar a condição mesmo se a pessoa possuir menos do que seis sintomas no total (o mínimo requerido para o diagnóstico do autismo), ou idade de início maior do que 36 meses.
Se o acordo entre os clínicos é alto para os diagnósticos de autismo, o mesmo não é verdadeiro no caso do TID-SOE.20 Ainda que os estudos epidemiológicos tenham sugerido que o TID-SOE seja duas vezes mais comum do que o TA, essa categoria continua a estar subinvestigada. Hoje em dia, diferentes categorizações têm sido propostas, algumas baseadas no enfoque fenomenológico descritivo, outras baseadas em outras perspectivas teóricas, tais como a neuropsicologia.

Transtorno de Separação


TRANSTORNO DE SEPARAÇÃO.



O que é?

O Transtorno de Separação é um medo exagerado e intenso de perder um dos pais (normalmente uma mãe). Este medo causa sofrimento significativo e prejuízos importantes nas áreas social, escolar e familiar. Crianças e adolescentes com este transtorno tornam-se extremamente ansiosas quando não estão em companhia dos pais, o causa queda de desempenho escolar e dificuldade de interação com colegas. Não raro, uma mãe desiste de trabalhar ou ter outras atividades para dar segurança ao filho.

Qual a população atingida?

Na população infanto-juvenil, em geral, estima-se cerca de 4% dos indivíduos sofram de graus variáveis deste transtorno. Já entre crianças e adolescentes atendidas em algum serviço ambulatorial, este índice salta para 27% a 38%, o nos dá uma idéia da gravidade do problema, já aproximadamente 1/3 da população infanto-juvenil, em busca de auxílio, sofre deste problema. O transtorno parece ser ligeiramente maior sem sexo feminino, mas a diferença não é significativa. Pesquisas sugerem que este problema pode ser mais comum em crianças cujas mães sofram de transtorno pânico. Esta perturbação se inicia antes dos 18 anos e tem duração mínima de quatro semanas.

Sinais de alerta para um Transtorno de Separação em crianças e adolescentes:



•Sofrimento excessivo e recorrente frente uma ocorrência ou previsão de afastamento de casa ou de figuras importantes de vinculação.
•Preocupação persistente e excessiva acerca de perder, ou sobre possíveis perigos envolvendo figuras importantes de vinculação.
•Preocupação persistente e excessiva de que um evento indesejado leve uma separação de uma figura importante de vinculação (p. ex.: perder-se ou ser seqüestrado).
•Relutância persistente ou recusa a ir para uma escola ou um qualquer outro lugar, em razão medo da separação.
•Temor excessivo persistente ou relutância em ficar sozinho ou sem como figuras importantes de vinculação em casa ou sem adultos significativos em outros contextos.
•Relutância ou recusa persistente um ir dormir sem estar próximo a uma figura importante de vinculação ou um pernoitar longe de casa.
•Pesadelos repetidos envolvendo o tema da separação.
•Repetidas queixas de sintomas somáticos (cefaléias, dores abdominais, náusea ou vômitos) quando a separação de figuras importantes de vinculação ocorre ou é prevista.



O que causa uma ansiedade de separação?


Como em qualquer outro transtorno de ansiedade, existe uma interação de fatores biológicos e ambientais. Crianças e adolescentes com predisposição genética para a ansiedade podem apresentar este transtorno, risco que cresce progressivamente se ela viver em um ambiente estressante, em famílias ansiosas e passar por alguma situação traumática.

É importante observar o comportamento de pais e familiares: se eles demonstram preocupação excessiva com Virus, assaltos, desastres ou mesmo acontecimentos cotidiano na presença da criança. Esta característica não só sinaliza para uma predisposição genética, como também cria uma predisposição psicológica, já que uma criança estrutura sua personalidade principalmente com as pessoas e ambientes em passa mais tempo. Além disso, o traje de controlar o comportamento da criança com base em ameaças sobrenaturais e imaginárias ("bicho-papão,"homem bueiro","cuca","papai céu vai te castigar") predispõe a criança a ter reações de ansiedade frente um inexistentes perigos, demandando assim uma presença integral da figura de vinculação importante para sentir-se segura.



Tratamento


INFORMAÇÕES AOS PAIS E CUIDADORES:

É importante os pais e curador próximos se conscientizem da importância de mudar seus possíveis comportamentos ansiosos e tendência uma preocupação devido ao impacto negativo causado nas crianças. Além disso, os pais devem promover os comportamentos independentes dos seus filhos. Os pais precisam incentivá-los a superar seus medos e, jamais, subestimarem sua competência para lidarem com situações temidas.*Dra. Ana Beatriz é médica psiquiatra, conferencista, escritora. Professora Honoris Causa da UniFMU (SP) e diretora das clínicas Medicina do Comportamento (RJ e SP).Livros publicados: "mentes inquietas", "Mentes e Manias", "Mentes Insaciáveis: anorexia, bulimia e compulsão alimentar", "Sorria você está sendo filmado" e "Mentes com medo: da compreensão uma superação".